O crescente número de pessoas em situação de sem-abrigos nas grandes cidades tem levado a que a questão da reinserção social ganhe cada vez mais relevo no debate público. Apesar de nos últimos anos terem sido criados múltiplos programas para oferecer soluções a cidadões em situação de sem-abrigo, os desafios permanecem significativos.
Dentro dos diversos desafios que os habitantes enfrentam diariamente, o estigma social, a dificuldade de acesso a habitação acessível, o desemprego e a dependência química, são os que mais se fazem sentir, áreas onde as necessidades continuam a superar os recursos disponíveis. A acrescentar, o preconceito da sociedade é algo que está cada vez mais em crescimento, influenciando significativamente a melhoria de vida dos indivíduos.
Apesar das dificuldades, a criação de campanhas e programas solidários para reverter a situação de sem-abrigos está em constante desenvolvimento, contribuindo em peso para a mudança de vida dos envolvidos.
Em 2021, o Governo português criou um programa para a criação de mais de 600 vagas de “apartamentos partilhados”, cujo objetivo seria alojar 1100 pessoas em situação de sem-abrigo até ao final do mesmo ano.
Em 2023, foi desenvolvido o “Programa CENTRO 2030”, que consistia na integração de pessoas em situação de sem-abrigo, oferecendo apoio habitacional e atividades ocupacionais de acordo com cada indivíduo, promovendo a sua inserção no mercado de trabalho.
Relativamente às equipas Técnicas de Rua, atualmente, estão em intervenção na área metropolitana de Lisboa: a “Associação Vida Autónoma”, “Comunidade Vida e Paz” e “Crescer na Maior”, entre outras incluindo a Associação Segunda Chance.
Em suma, a reinserção social das pessoas em situação de sem-abrigo em Portugal continua como uma tarefa complexa, contudo, cada pequeno passo representa uma conquista no caminho para uma sociedade mais inclusiva e solidária.